RIO - Victor Brecheret nasceu na Itália, mas foi para São Paulo com dez anos e foi lá que descobriu seu ofício. Enquanto fazia as entregas da loja de calçados dos tios, com quem morava, encontrou uma revista com fotos de esculturas de Auguste Rodin, e resolveu se matricular no Liceu de Artes e Ofícios, aos 18 anos, em 1912. A partir de então, estudou na Europa, montou seu ateliê, voltou para o Brasil, e se tornou um dos precursores do modernismo no país. Na capital paulista, importantes monumentos públicos assinados pelo escultor podem ser vistos em um simples passeio. No Rio, a partir desta terça-feira (07.07), "A arte indígena de Brecheret" estará exposta na Caixa Cultural.
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- Ele é muito conhecido com as peças monumentais, mas essa terceira fase das suas criações não tem tanto destaque. É o período mais natural, mais contemporâneo de Brecheret, não é tão figurativo. Ele sempre teve um encantamento pelo Brasil, mas essa ligação só ficou mais forte quando ele voltou definitivamente ao país, na década de 30 - explica a curadora da mostra, Maria Aparecida Brecheret, vice-presidente do instituto que tem o nome do artista.
A exposição esteve em cartaz no Japão, em 2001, e veio para o Rio em 2004. Após passar por Brasília, Curitiba, Salvador, a mostra volta ao Rio com 29 esculturas e 23 desenhos.
- Brecheret foi descoberto pelos modernistas na década de 20. Expôs na Semana de Arte Moderna, mesmo estando em Paris. Voltou com a meta de criar o Monumento às Bandeiras, em São Paulo, e passou a se ligar nos motivos brasileiros. Ele nunca teve contato direto com as regiões indígenas, mas via muitos filmes e lia revistas sobre o assunto - completa a curadora.
De acordo com Maria Aparecida, que é casada com o filho do artista, Brecheret utilizou a terracota para entalhar lendas e mitos indígenas, como as obras "A luta da onça", "Veado enrolado" e "O índio e a suaçuapara", que ganhou o prêmio de melhor escultura nacional na 1ª Bienal de Arte de São Paulo, em 1951. O escultor também utilizava madeira e pedras em seus trabalhos, como na obra que retrata uma índia e um peixe. Para executar as peças, ele fez uma série de estudos em desenho, até encontrar a melhor composição.
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'A arte indígena de Victor Brecheret' - Caixa Cultural RJ - Galeria 2. Av. Almirante Barroso 25, Centro. Tel: 2544- 4080. Ter a sáb, das 10h às 22h; dom, das 10h às 21h. Entrada franca
Matéria de Ana Carolina Moretti
Fonte: O Globo
http://oglobo.globo.com/cultura/rioshow/mat/2009/07/06/caixa-cultural-expoe-a-arte-indigena-de-victor-brecheret-756678960.asp
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