Da redação do “Estadão do Norte”, com informações de Danilo Saraiva, do site “Terra.” O Estado de Rondônia foi o principal destaque da 37ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que premiou como o melhor filme o excelente documentário Corumbiara, de Vincent Carelli, um nobre trabalho de jornalismo investigativo sobre a violência cometida aqui contra esse povo da floresta. prêmio, o mais esperado do 37º Festival de Gramado foi anunciado neste sábado (15), pela atriz Daniela Escobar. Corumbiara ganhou o Kikito de Melhor Filme Brasileiro em longa-metragem, sob a direção de Vicent Carelli. O filme, que demorou mais de vinte anos para ser concluído, acompanha o diretor na tentativa de registrar os indícios de um massacre de índios em Rondônia. Além do grande prêmio da noite, Carelli também ganhou como Melhor Diretor, empatando com Paulo Nascimento, de Em Teu Nome. O premiado documentário Corumbiara, de Vincent Carelli, foi exibido em Gramado na noite desta quarta-feira (13) no Palácio dos Festivais. O cineasta num trabalho conjunto com Marcelo Santos descobre supostos sobreviventes de chacina numa aldeia do povo Corumbiara uma jornada pela mata. O encontro com a aldeia, que parece perdida no tempo, foi exibido em rede nacional e destacado em diversos jornais do País. Os fazendeiros que dominavam a região, na tentativa de esconder seus passos criminosos, encontram os índios e tentam mascarar os indícios de que eles faziam parte de uma comunidade isolada. Na tentativa de prender os responsáveis, Carelli e Santos entram numa corajosa investigação de campo. A única prova que eles possuem para fazer tais denúncias são as imagens registradas pelo diretor com as declarações desses sobreviventes. Quando Carelli iniciou as filmagens, queria apenas prender os supostos criminosos responsáveis. Depois de perceber que pouco do que eles pudessem provar surtiria efeito com as autoridades, tentam encontrar uma forma de proteger esses povos e contar a história que, invariavelmente, terá um triste final. Como jornalismo investigativo, Vincent Carelli faz um trabalho brilhante, com muitas informações importantes. "Esse é um filme autobiográfico. Sempre falo em primeira pessoa", disse o diretor pouco antes do início da sessão. “Eu gostaria que as pessoas meditassem de quantos Corumbiaras (referindo-se ao massacre) o Brasil foi feito", pediu. O resultado é um trabalho emocionante, que mostra a importância de preservar esses índios deslumbrados com as tecnologias dos "brancos", mas ao mesmo tempo resistentes em preservar suas culturas. O documentário é repleto de cenas extensas, que se dedicam apenas a mostrar o cotidiano desses povos. A língua desconhecida mostra que eles tiveram pouco ou mínimo contato com a civilização. Vincent Carelli usou um recurso estético muito interessante para filmar a história e prender a atenção do espectador, diz o jornalista Danilo Saraiva, do site “Terra”. Quando ele encontra as tribos, desconhece sua língua, assim como o público que assiste ao filme. Ele consultou especialistas e poucos parentes próximos dos índios que entendem o dialeto, e usa legendas na tela para traduzindo o que eles estavam dizendo. No filme, Carelli não poupa críticas à mídia brasileira, que omitiu parte dos registros feitos pela equipe. Por conta da polêmica, Corumbiara não teve patrocinadores O filme de Carelli, sobre o martírio do povo Corumbiara, recebeu uma longa salva de palmas ao final da sessão, prova de que ele foi muito bem aceito pela platéia. Jornalistas de Rondônia que tem denunciado o sofrimento e a morte dos índios de Rondônia e mostram a cultura e as tradições desses nativos da selva raramente são reconhecidos e entendem as queixas de Carelli. Seleção rigorosa | ||
Autor: Estadão do Norte | ||
Fonte: Estadão do Norte |
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Filme sobre massacre de índios em Rondônia ganha o principal prêmio do Festival de Cinema de Gramado de 2009
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