domingo, 25 de outubro de 2009

Acre quer gerar renda para índios promovendo turismo em aldeias

Festival indígena recebe 150 visitantes neste domingo (25).
Governo estadual planeja criar roteiro turístico em reservas.

Iberê Thenório Do Globo Amazônia, em São Paulo

Preservar a cultura indígena pode ser rentável economicamente. Essa é a aposta da Secretaria de Turismo do Acre, que está criando estruturas para permitir visitas turísticas às aldeias do estado.


Um dos projetos pioneiros é o festival do povo yawanawá, que começa neste domingo (25). Para a festa, que celebra seus costumes tradicionais, os índios fizeram uma parceria com uma agência de turismo da região, que vendeu pacotes para a participação na celebração.

Foto: Sérgio Vale-Governo do Acre/Divulgação

Nesta edição do festival, turistas foram limitados a 150. O pacote turístico, de uma semana, custou R$ 1.200 e incluiu alimentação e hospedagem na aldeia. (Foto: Sérgio Vale-Governo do Acre/Divulgação)

O governo apoia a iniciativa, que gera renda para a aldeia e movimenta a economia local. “Nos primeiros festivais o governo era o patrocinador integral. Nos últimos três anos, começamos a fazer o apoio técnico, e houve um fortalecimento da organização indígena”, afirma Cassiano marques, secretário de Turismo. Segundo ele, a operação é centralizada pela agência de turismo, que remunera os índios por cada serviço prestado, como o fornecimento de transporte, hospedagem e alimentação.

De acordo com Marques, a presença de turistas não distorce a tradição indígena, como ocorre em alguns outros pontos da Amazônia, em que vestimentas, danças e cantos são exibidos apenas para agradar os visitantes. “No caso do Acre, não existe a folclorização das culturas indígenas”, afirma.

Foto: Sérgio Vale-Governo do Acre/Divulgação

Segundo secretário de turismo do Acre, tradições indígenas são mantidas, e não há vestimentas ou tradições preparadas apenas para turistas verem. (Foto: Sérgio Vale-Governo do Acre/Divulgação)

Para chegar à Terra Indígena Rio Gregório, onde moram os yawanawás, é necessário partir por terra de Cruzeiro do Sul, no extremo oeste do estado, e andar até as margens do rio que batiza a reserva. De lá, são oito horas de barco pela mata intacta até chegar à aldeia Nova Esperança, onde ocorrem as festas.

Foto: Sérgio Vale-Governo do Acre/Divulgação

Para chegar à aldeia Nova Esperança, visitante tem de enfrentar oito horas de barco no Rio Gregório, dentro da floresta. (Foto: Sérgio Vale-Governo do Acre/Divulgação)

Roteiro indígena

Para ampliar o turismo nas aldeias, Marques planeja criar um roteiro turístico batizado de “Caminho das Aldeias e da Biodiversidade”, cujo principal atrativo será a visita a seis povos indígenas, que já estão sendo preparados para saber lidar com os visitantes.

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